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Produtores baianos terão apoio para produzir oleaginosas

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Mensagem por Admin Sex Mar 21, 2008 4:02 am

Jeremoabo - Cerca de duas mil famílias de pequenos agricultores serão beneficiadas com o Projeto de Agroenergia do Semi-Árido Nordeste 2, desenvolvido pelo Sebrae na Bahia em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), governo baiano, Empresa Brasiliera de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Petrobras e prefeituras.

Segundo o gestor do projeto, Luiz Eduardo de Moraes Xavier, inicialmente estão sendo atendidos 1,3 mil produtores da Cooperativa Agrifamiliar, com sede na cidade de Jeremoabo, mas que também abriga produtores das cidades de Novo Triunfo, Santa Brígida, Coronel João Sá, Cícero Dantas, Antas, Paulo Afonso e Glória. Até o fim do ano a previsão é de atender pelo menos duas mil famílias.

O Sebrae Bahia também está elaborando o projeto para implantar um Centro Vocacional Tecnológico e Territorrial na Escola Estadual Agrotécnica de Jeremoabo. A idéia é formar cerca de 300 alunos em técnicas de agroindústria. Nas aulas de campo os alunos vão acompanhar as propriedades dos produtores envolvidas no projeto.

Em maio e junho o Projeto de Agroenergia já distribuiu aos produtores da Cooperativa Agrifamiliar 9 toneladas de feijão, 9 toneladas de sementes de mamona e 4,5 toneladas de sementes girassol.

"O nosso objetivo é fazer com que os agricultores não se limitem a produzir apenas as oleaginosas para o biodiesel, mas garantir que as propriedades sejam auto-suficientes e produzam outras culturas como feijão, milho e a criação de pequenos animais. Para isso o Sebrae vai monitorar todas as propriedades e capacitar os produtores em diversas culturas", diz Luiz Xavier.

Luiz Eduardo de Moraes Xavier destaca que, também como parte do Projeto de Agroenergia, os produtores da Cooperativa Agrifamiliar vão contar com uma Unidade Esmagadora de Sementes, que está sendo construída na cidade de Jeremoabo em parceria com a Petrobras e o governo da Bahia. A prefeitura da cidade vai ceder o galpão no qual serão armazenados os grãos produzidos pelas famílias da Cooperativa.

"Alem de possibilitar a melhoria de renda das famílias do campo, com o plantio de das oleaginosas, como a mamona e o girassol, o biodiesel tem a vantagem de não poluir o meio ambiente", destaca o gestor do projeto de Agroenergia do Sebrae, Luiz Eduardo de Moraes Xavier.

Sementes certificadas

Ainda como parte do Projeto de Agroenergia do Semi-Árido Nordeste 2 os dois mil produtores Cooperativa Agrifamiliar em Jeremoaba serão beneficiados com a construção de uma Unidade de Sementes Certificadas de Mamona BRS Energia, desenvolvida pela Embrapa e que vai representar uma maior produtividade já que seu ciclo é de 4 meses.

Segundo o consultor do Sebrae baiano, Diógenes Barbosa Santos, a Unidade de Sementes Certificadas de Mamona BRS Energia está em fase de elaboração e será instalada no Distrito de Irrigação de Paulo Afonso, com o apoio da Secretaria de Agricultura do Estado da Bahia.

"Serão 10 hectares para a produção de sementes pelo sistema de irrigação por gotejamento e com a técnica de fertirrigação, ou seja, a adubação e a nutrição serão feitas da água de irrigação. Essa técnica permite um maior produtividade e o uso inteligente dos insumos e da água de irrigação, criando um conceito de sustentabilidade do empreendimento. O sistema de gotejamento, original de Israel, utiliza volumes de água em quantidades inferiores aos outros sistemas de irrigação por aspersão, comumente utilizado no Brasil", explica Diógenes Santos.

O consultor do Sebrae acredita que até o fim deste ano os produtores terão de oito a dez toneladas de sementes por hectare, uma produtividade que pode ser recorde no Brasil. A Embrapa, que desenvolveu a variedade de mamona BRS Energia, já prevê uma produção de até 15 toneladas de sementes por hectare.

O consultor do Sebrae na Bahia informa que com a semente de mamona BRS Energia estima-se que o agricultor produza até 1,5 mil quilos de mamona por hectare. Segundo ele, essa é uma variedade de mamona com um ciclo curto, de 4 meses, e de baixo porte baixo, o que significa uma maior produção, ou seja, em um ano serão dois ciclos e meio. Em função do curto ciclo da planta, a lavoura do agricultor vai ficar menos vulnerável à distribuição irregular das chuvas do semi-árido.

Diógenes Santos explica que, sem um sistema de irrigação por gotejamento, a produtividade da mamona ficaria em torno de 500 quilos por hectares. Com a irrigação por gotejamento os fatores de produção tem um maior controle que são, ou seja, a água na quantidade e na hora adequada para atender as demandas fisiológicas da planta e nutrição também compatíveis com as fases do ciclo da planta.

"Um outro objetivo desse projeto, além da produção de sementes de qualidade é melhorar a genética da lavoura e demonstrar a viabilidade da aplicação de tecnologias agronômicas avançadas no cultivo da mamona, que por muitos anos foi tratada como uma cultura marginal, que não recebeu investimentos em tecnologia, na área da ciência agronômica, e por muitos anos no seu cultivo foram usadas práticas agronômicas do século passado", explica Diógenes Santos.

Fátima Emediato

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