Energia barata a partir de resíduo de madeira
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Energia barata a partir de resíduo de madeira
Produto adotado em pizzarias e olarias do DF diminui custos em 60%, além de reduzir derrubada de árvores
Ele é mais barato, ecologicamente correto e produz mais calor que a lenha. Com tantos atrativos, era de se esperar que os briquetes, como são chamados os cilindros de resíduos agrícolas e madeireiros prensados, fossem adotados por estabelecimentos comerciais. Mesmo com todas as vantagens, o material ainda é pouco utilizado no Distrito Federal por pura falta de conhecimento.
A constatação é do engenheiro florestal Rodrigo Barroso, que abordou o assunto na dissertação de mestrado “Consumo de lenha e produção de resíduos madeireiros no setor comercial e industrial do DF”, defendida na Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília (UnB) sob orientação do professor Ailton Teixeira do Vale.
Barroso percorreu pizzarias, padarias e olarias, setores onde é mais comum o uso de madeira para aquecer fornos, a fim de mapear o setor. Os estabelecimentos visitados consomem juntos mais de 980 toneladas de lenha por ano.
Dentre os mais de 300 estabelecimentos que preparam pizza na cidade, apenas 10 declararam usar briquetes. Nesse grupo estão três conhecidas redes com estabelecimentos na Asa Sul, Asa Norte e Sudoeste.
Em relação às panificadoras, o número é ainda menor. Apenas quatro disseram comprar a lenha ecológica. Nenhuma delas divulga o fato aos clientes, apesar de a escolha contribuir para a imagem de uma empresa ambientalmente responsável.
Para o engenheiro, as estatísticas são resultado da desinformação, já que o produto reúne menor preço e maior eficiência. “As pessoas ainda conhecem pouco e têm medo de usar”, afirma Barroso. Enquanto uma tonelada de lenha custa em torno de R$ 441,18, a tonelada de briquete fica por volta de R$ 410,00 (valores cotados em outubro de 2007).
Além de mais barato, o briquete gera quase o triplo de energia da madeira. O poder calorífico, ou seja, a capacidade de produzir calor é de 5 a 7 mil kilocalorias, enquanto a lenha gera de 2 a 3 mil kilocalorias. A explicação está na umidade e densidade de cada material.
Quanto maior o teor de água, maior o tempo para iniciar a combustão. “A lenha tem 25% de água. Parte da energia é gasta para evaporá-la. No briquete, são 12%, por isso, ele gera energia mais rápido para esse uso. Sem falar na densidade do material, que no briquete chega a ser o dobro da lenha”, explica Barroso. A redução de custos com a substituição do material é de aproximadamente 60%.
SERRARIAS
Além ser uma alternativa vantajosa para os comerciantes, os briquetes também podem beneficiar outro ponto da cadeia produtiva, as madeireiras e serrarias. São os restos advindos da atividade desses locais que servem de matéria-prima para as empresas de reciclagem. Desta forma, a venda do material representaria uma fonte adicional de renda.
A realidade no DF, porém, é bem diferente. As empresas não fazem nenhum aproveitamento econômico. Pelo contrário, jogam os resíduos no lixo ou vendem sacos cheios de serragem ao preço simbólico de R$ 0,50. “Isso quando não queimam, que é a forma mais fácil de se livrar do resíduo, que fica ocupando espaço nas empresas”, afirma Barroso.
Estima-se que, no DF e Entorno, são produzidos mais de 2 mil toneladas de restos de madeira por ano, número que pode ser bem mais alto por causa das madeireiras clandestinas.
A quantidade seria insuficiente para instalar uma empresa de briquetagem no DF. “Casca de arroz, de café, coco verde seco e triturado, tudo pode ser usado para fazer briquete. Esses materiais, somados ao resíduo de madeira, podem tornar economicamente viável a fabricação aqui”, diz Barroso. “Só precisamos de mais pesquisa para saber a quantidade de material disponível.”
MEIO AMBIENTE
Se para os comerciantes a lenha ecológica representa redução dos custos, para os ambientalistas as vantagens estão na preservação do meio ambiente. Como o briquete pode substituir a madeira in natura, seu uso evita a derrubada de árvores.
Barroso lembra que a reutilização dos restos significa menos lixo causando distúrbios à natureza. Ainda não existe legislação que obrigue as madeireiras, por exemplo, a indicar um método de uso dos resíduos gerados, o que as estimula à produção sem compromisso. Mas uma política de sustentabilidade estimularia a consciência ambiental.
Fonte: http://inovabrasil.blogspot.com/2008_12_09_archive.html - terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Ele é mais barato, ecologicamente correto e produz mais calor que a lenha. Com tantos atrativos, era de se esperar que os briquetes, como são chamados os cilindros de resíduos agrícolas e madeireiros prensados, fossem adotados por estabelecimentos comerciais. Mesmo com todas as vantagens, o material ainda é pouco utilizado no Distrito Federal por pura falta de conhecimento.
A constatação é do engenheiro florestal Rodrigo Barroso, que abordou o assunto na dissertação de mestrado “Consumo de lenha e produção de resíduos madeireiros no setor comercial e industrial do DF”, defendida na Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília (UnB) sob orientação do professor Ailton Teixeira do Vale.
Barroso percorreu pizzarias, padarias e olarias, setores onde é mais comum o uso de madeira para aquecer fornos, a fim de mapear o setor. Os estabelecimentos visitados consomem juntos mais de 980 toneladas de lenha por ano.
Dentre os mais de 300 estabelecimentos que preparam pizza na cidade, apenas 10 declararam usar briquetes. Nesse grupo estão três conhecidas redes com estabelecimentos na Asa Sul, Asa Norte e Sudoeste.
Em relação às panificadoras, o número é ainda menor. Apenas quatro disseram comprar a lenha ecológica. Nenhuma delas divulga o fato aos clientes, apesar de a escolha contribuir para a imagem de uma empresa ambientalmente responsável.
Para o engenheiro, as estatísticas são resultado da desinformação, já que o produto reúne menor preço e maior eficiência. “As pessoas ainda conhecem pouco e têm medo de usar”, afirma Barroso. Enquanto uma tonelada de lenha custa em torno de R$ 441,18, a tonelada de briquete fica por volta de R$ 410,00 (valores cotados em outubro de 2007).
Além de mais barato, o briquete gera quase o triplo de energia da madeira. O poder calorífico, ou seja, a capacidade de produzir calor é de 5 a 7 mil kilocalorias, enquanto a lenha gera de 2 a 3 mil kilocalorias. A explicação está na umidade e densidade de cada material.
Quanto maior o teor de água, maior o tempo para iniciar a combustão. “A lenha tem 25% de água. Parte da energia é gasta para evaporá-la. No briquete, são 12%, por isso, ele gera energia mais rápido para esse uso. Sem falar na densidade do material, que no briquete chega a ser o dobro da lenha”, explica Barroso. A redução de custos com a substituição do material é de aproximadamente 60%.
SERRARIAS
Além ser uma alternativa vantajosa para os comerciantes, os briquetes também podem beneficiar outro ponto da cadeia produtiva, as madeireiras e serrarias. São os restos advindos da atividade desses locais que servem de matéria-prima para as empresas de reciclagem. Desta forma, a venda do material representaria uma fonte adicional de renda.
A realidade no DF, porém, é bem diferente. As empresas não fazem nenhum aproveitamento econômico. Pelo contrário, jogam os resíduos no lixo ou vendem sacos cheios de serragem ao preço simbólico de R$ 0,50. “Isso quando não queimam, que é a forma mais fácil de se livrar do resíduo, que fica ocupando espaço nas empresas”, afirma Barroso.
Estima-se que, no DF e Entorno, são produzidos mais de 2 mil toneladas de restos de madeira por ano, número que pode ser bem mais alto por causa das madeireiras clandestinas.
A quantidade seria insuficiente para instalar uma empresa de briquetagem no DF. “Casca de arroz, de café, coco verde seco e triturado, tudo pode ser usado para fazer briquete. Esses materiais, somados ao resíduo de madeira, podem tornar economicamente viável a fabricação aqui”, diz Barroso. “Só precisamos de mais pesquisa para saber a quantidade de material disponível.”
MEIO AMBIENTE
Se para os comerciantes a lenha ecológica representa redução dos custos, para os ambientalistas as vantagens estão na preservação do meio ambiente. Como o briquete pode substituir a madeira in natura, seu uso evita a derrubada de árvores.
Barroso lembra que a reutilização dos restos significa menos lixo causando distúrbios à natureza. Ainda não existe legislação que obrigue as madeireiras, por exemplo, a indicar um método de uso dos resíduos gerados, o que as estimula à produção sem compromisso. Mas uma política de sustentabilidade estimularia a consciência ambiental.
Fonte: http://inovabrasil.blogspot.com/2008_12_09_archive.html - terça-feira, 9 de dezembro de 2008
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